O Dilema do Não Cristão

As Obras de Vincent Cheung
3 min readMay 16, 2021

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Um dos seus próprios profetas chegou a dizer: “Cretenses, sempre mentirosos, feras malignas, glutões preguiçosos”. Tal testemunho é verdadeiro. (Tito 1:12–13)

O poeta citado parece ser Epimênides de Creta. Alega-se que o versículo representa o dilema do mentiroso. Isto é, se um cretense afirma que os cretenses sempre mentem, então ele está dizendo a verdade quando diz que os cretenses sempre mentem? Então, é dito que porque Paulo cita Epimênides, tornou-se seu dilema e, portanto, também um dilema para aqueles que afirmam a inerrância da Escritura.

No entanto, não há dilema na afirmação. Só porque há um grupo de pessoas que são todas mentirosas, ou porque elas sempre mentem, não significa necessariamente que toda proposição que procede delas deve ser falsa. Muitas mentiras exigem algumas declarações verdadeiras para fornecer o contexto para o engano. Eu posso dizer para um não cristão: “Morangos são deliciosos. Se você comer o suficiente deles, isso o tornará menos estúpido”. Considerado como um todo, isso é uma mentira, mas há verdade aí para dar um contexto, ou para torná-lo mais interessante. Os morangos podem ser deliciosos, pelo menos para mim, mas nada além da onipotência pode tornar um não cristão menos estúpido.

Algumas pessoas estão tão focadas no dilema inexistente que não conseguem ler o restante do versículo. Os cretenses são considerados não apenas mentirosos, mas glutões. Eles servem suas próprias barrigas. Se todos eles são glutões, ou sempre glutões, então isso significa que eles comem continuamente e nunca vão dormir? Em todo caso, se eles estão sempre comendo, então é pelo menos possível que eles digam a verdade sobre o que querem comer quando pedem comida. E talvez eles possam até parar de falar — e contar mentiras — enquanto mastigam.

A verdade é que não há dilema aqui, e nenhuma dificuldade surge do uso do poeta por Paulo. Em vez disso, o interesse desordenado em forçar um dilema ilustra a natureza tola e desesperada das críticas não cristãs da religião bíblica. Na verdade, isso é outra indicação de que os incrédulos são sempre estúpidos, feras malignas, pensadores preguiçosos. E esse testemunho é verdadeiro.

O dilema do não cristão é que ele é muito sem inteligência para refutar a sabedoria de Cristo, mas para se tornar inteligente, ele deve primeiro aceitar a sabedoria de Cristo, a própria sabedoria que ele deseja se tornar inteligente o suficiente para refutar. Ele deve escolher: ou permanecer estúpido, ou abandonar esse projeto fútil e abraçar o evangelho. Mas isso introduz outro dilema: o não cristão é muito estúpido para escolher não ser estúpido. Ele está preso na estupidez. Quem vai resgatá-lo? A única saída é Deus agir, converter seu pensamento, injetar sabedoria em sua mente estúpida e adicionar humildade à sua alma perversa.

Vincent Cheung. The Non-Christian’s Dilemma. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 66. Tradução: Luan Tavares (11/08/2019).

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Vincent Cheung é um pregador e escritor cristão. Ele e sua esposa moram nos Estados Unidos. “Tudo é possível ao que crê.” (Marcos 9:23)

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