Morto pelo “Cristianismo”

Vincent Cheung, “Fulcrum” (2017).

As Obras de Vincent Cheung
4 min readMay 28, 2021

Seu amigo disse que seria curado se fosse “a vontade de Deus”, independentemente da vontade de Deus explicitamente revelada na Bíblia. A verdade é que as pessoas que dizem que seriam curadas se fosse a “vontade de Deus” não acreditam que é a vontade de Deus curá-las. Claro, se elas se recuperassem após o tratamento médico, diriam que isso acontece por causa da vontade de Deus. Este não é o nosso tópico. Quero dizer que elas nunca acreditam que receberão a cura da maneira que a Bíblia descreve, ou seja, pelo poder milagroso de Deus. Quando a ciência médica não puder ajudá-las, elas morreriam, e então Deus levaria a culpa por isso, embora o próprio Deus lhes diga para não pensar como pensam. Não há fé em declarar que elas seriam curadas se fosse a vontade de Deus. É apenas conversa religiosa. A fé aceitaria a palavra de Deus, abraçaria isso como a vontade de Deus e receberia o que ela promete.

Isso não é para condenar seu amigo. Ele aprendeu falsas doutrinas, muitas por muito tempo. Talvez ele tivesse acreditado se fosse ensinado corretamente. Talvez ele tivesse ouvido com o passar do tempo. Talvez a palavra de Deus teria vencido. Mas era tarde demais. Quando ele desconsiderou a Bíblia e disse que dependia da vontade de Deus, isso significava que ele já havia decidido que não era a vontade de Deus curá-lo, mas que cabia à ciência médica. É claro que a ciência médica falhou, como costuma acontecer. Novamente, isso não é para condenar seu amigo. Ele foi uma vítima, mas também foi o responsável e pagou isso com a vida. Ainda assim, estou direcionando a atenção para isso apenas para que você não culpe a Deus, ou para relegar a coisa à “vontade de Deus” de uma forma que é o mesmo que culpá-lo por isso. E estou chamando a atenção para isso para que você não pense que as promessas de Deus não são como declaradas ou como as entendemos. Elas são exatamente o que parecem ser, mas seu amigo não acreditou nelas. Ele se rendeu a alguma nebulosa “vontade de Deus” e abandonou a palavra definitiva de Deus.

Muitas vezes você não pode forçar alguém a receber cura se ele pensa que conhece a Deus, mas por algum motivo se recusa a acreditar no que Deus diz. Você pode ministrar cura com sucesso aos incrédulos que não conhecem melhor, mas quanto mais alguém sabe, mais Deus geralmente o responsabiliza. Como Jesus disse: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lucas 12:48). De fato, há casos em que você pode “forçar” ou fazer acontecer pela sua fé, mas este não é o lugar para se enredar nos detalhes. Frequentemente discutimos esse assunto em conexão com a doutrina da cura, sobre quando sua fé pode operar para outras pessoas.

O caminho certo para você é investir ainda mais na cura. Mergulhe nela. Não deixe Satanás roubar de você algo que está claramente declarado na Escritura. Você tem muitos outros amigos e parentes. Eles estarão prontos quando chegar a vez deles de precisar de cura? Eles declararão que serão curados somente se for a vontade de Deus, independentemente do que a Bíblia promete? De quem é a culpa neste caso? Devemos culpar o cessacionismo. Devemos culpar uma falsa aplicação da soberania divina. Essas coisas mataram seu amigo. Odeie-as com paixão. Além de seus amigos e parentes, há muitos cristãos que foram enganados e muitos não cristãos que poderiam ser curados e depois conduzidos a Cristo. Você pode ajudá-los se entender esta promessa e ministério de cura. Resolva trazer a cura e a salvação de Deus para o mundo. Este é o caminho de honrar seu amigo.

Não estou dando um sermão para você e não estou sendo insensível, mas eu mesmo enfrentei isso. Eu ainda estava no ensino médio quando conheci o primeiro. Ele tinha quinze anos, apenas um pouco mais jovem do que eu. Ele tinha leucemia e estava prestes a morrer. Ele era um cristão. Seus amigos e parentes eram cristãos. Eles deveriam acreditar na palavra de Deus, mas eu trouxe a palavra de Deus para ele e não consegui convencê-lo a não morrer. Ele disse que era “a vontade de Deus”, entende? Eu sabia que ele poderia ser curado. Muitos foram curados bem debaixo das minhas mãos enquanto eu orava por eles. Mas esse rapaz já decidiu morrer. Esses cristãos me trouxeram vários dias antes de sua morte e me deram dez minutos para falar com ele. Faça seu trabalho! Faça sua mágica!

Talvez eu pudesse ter feito mais se eles tivessem me concedido mais tempo, mas quando entrei, ele não tinha fé. Ele era apenas religioso. Pense nisso. Aos quinze anos, ele havia aprendido tradição o suficiente para insistir que ele seria curado apenas se fosse “a vontade de Deus”, independentemente do que eu mostrasse a ele na Bíblia. Ele nunca refutou nenhum texto que eu usei, apenas acenou com a cabeça e voltou direto para a rotina da “vontade de Deus”. O cessacionismo o matou. A soberania divina — eu falando daquela perversão demoníaca, mas comumente aceita da doutrina — o matou. Ele poderia ter sido curado se fosse um incrédulo, porque então isso dependeria da minha fé e ministério, ou ele poderia ter crido quando eu apresentei o evangelho a ele. Ironicamente, o “Cristianismo” o matou. E os cristãos ao seu redor fizeram isso acontecer.

Do: e-mail

Vincent Cheung. Killed by “Christianity”. Disponível em Fulcrum (2017), pp. 44–45. Tradução: Luan Tavares (27/05/2021).

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Vincent Cheung é um pregador e escritor cristão. Ele e sua esposa moram nos Estados Unidos. “Tudo é possível ao que crê.” (Marcos 9:23)

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