Homossexualidade e a Ira de Deus
Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. […]
Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam. (Romanos 1:26–27, 32)
Quando Paulo prova que todas as pessoas pecaram e que carecem da glória de Deus, ele cita a homossexualidade como um exemplo primordial de iniquidade. Este julgamento é ofensivo para os não cristãos, e até mesmo uma parcela significativa da Igreja contemporânea o rejeita. Eles oferecem uma série de argumentos inúteis.
Há o argumento de que “o amor é sempre certo”. Eles dizem: “Como pode ser errado duas pessoas se amarem, mesmo que sejam do mesmo sexo? Se elas se amam, então é certo e bom”. O amor nunca é errado, isso é verdade. Mas o que é amor? A Bíblia diz que o amor é um resumo da lei de Deus (Romanos 13:9). É um resumo do que Deus nos diz sobre como devemos tratar as pessoas. Como Deus proíbe a homossexualidade, a homossexualidade nunca vem do amor, e o amor nunca leva ou coexiste com a homossexualidade.
De fato, entreter ou até mesmo atuar em uma atração homossexual por outra pessoa é tratar essa pessoa de uma forma que é proibida pela lei de Deus, e convidar essa outra pessoa a também pensar e se comportar de uma maneira que é proibida. Portanto, a homossexualidade decorre do ódio e não do amor. O amor é muitas vezes misturado na equação porque o homossexual experimenta atração física e/ou psicológica, dependência e afinidade com outra pessoa do mesmo sexo. Mas a palavra certa para isto é luxúria, não amor.
Essa maneira de pensar é contrária à filosofia do homem. Para ilustrar, a Bíblia diz que se você não disciplinar seu filho com a vara — se você não bater nele com o propósito de instrução — então você o odeia. Mas as pessoas que se recusam a usar o castigo físico apelam precisamente à razão oposta — dizem que é porque amam seus filhos. Então voltamos à definição de amor. A Bíblia diz que o amor é a obediência à lei de Deus na maneira como tratamos as pessoas. Se você ama seu filho, você usará punição física sempre que for necessária. Se você não o punir, você odeia seu filho.
Da mesma forma, os homossexuais não se amam. Eles se odeiam. Eles querem usar um ao outro para satisfazer sua própria luxúria, e querem que seus parceiros cooperem para continuar um estilo de vida que incorre no castigo de Deus. Como isso é amor? Se eu amo você, mesmo que eu seja incapaz de resistir à tentação, eu o aconselho a fugir daquilo que me enlaçou: “Corra! Salve-se! Não seja como eu! Não seja punido como eu certamente serei!”. Se, como Eva, você desobedece a Deus e depois convida outro a desobedecer a Deus junto com você, dificilmente haverá uma representação mais vívida do ódio do que essa. Se eu decido roubar um banco e peço que minha esposa me ajude, isso só pode significar que eu não a amo tanto quanto afirmo amá-la.
Há o argumento de que “não faz mal”. Eles dizem: “Enquanto não estivermos fazendo mal a alguém, isso não é da sua conta”. O padrão é arbitrário. Com base em quê eles dizem que o certo e o errado são determinados se fizer mal a alguém? Sem uma base que eles possam defender contra mim, não tenho razão para aceitar isso como um padrão de julgamento ético. Certamente, eles não podem apelar para a cosmovisão cristã para apoiar este princípio, uma vez que é a cosmovisão cristã que condena a homossexualidade, e é à cosmovisão cristã que eles se opõem.
Além disso, qual é a definição de mal? Mesmo que o seu estilo de vida não me prejudique direta e obviamente no sentido físico, o mal é limitado ao físico? E se o estilo de vida deles me afetar psicologicamente? Isto é, e se a homossexualidade me ofende e me traz repulsa? Se isso não conta, então eles dão carta branca ao mundo inteiro para lhes causar mal psicologicamente? Assim, enquanto não os lhes causamos mal direta e obviamente no sentido físico, podemos dizer o que quisermos sobre a homossexualidade, e isso não é da conta deles. Talvez isso seja inaceitável para eles, mas em qualquer caso, é necessário definir mal. Caso contrário, o argumento é arbitrário e sem sentido, e pode ser descartado sem mais considerações.
Há o argumento do “consentimento mútuo”. Eles dizem: “Enquanto o relacionamento é consensual, não é da conta de ninguém o que duas pessoas fazem entre si”. Isso é tão arbitrário quanto o argumento do “não faz mal”. Quem estabeleceu esse padrão e por que devo aceitá-lo? É como um dos argumentos a favor do aborto: “Uma mulher não tem o direito de fazer o que quiser com seu corpo?”. É claro que não. Somos a criação de Deus e só ele tem o direito de decidir o que devemos fazer com nossos corpos. Da mesma forma, o consentimento mútuo entre duas pessoas é irrelevante. Elas precisam do consentimento de Deus para prosseguir. Mas ele não consente. Ele proíbe o que concordam em fazer uma com o outra.
Há o argumento de que “os animais fazem isso”. Alguns animais parecem exibir comportamento homossexual. Isso é irrelevante. Só porque os animais fazem algo, não significa que tal coisa é certa para eles, muito menos para nós. Assim como a homossexualidade surgiu nos seres humanos por causa do pecado, a Queda de Adão também trouxe uma maldição sobre o restante da criação. Se o comportamento animal é usado como padrão para o comportamento humano, talvez o contrário também seja verdadeiro. Como eu me oponho à homossexualidade, talvez os chimpanzés também devam se manifestar. Em qualquer caso, alguns animais são canibais e alguns comem seus próprios excrementos. Se você vai apelar para o comportamento animal, seja pelo menos coerente nisso.
Há o argumento “nasci assim”. Algumas pessoas, dizem elas, nasceram homossexuais. Elas não podem evitar. Está nos genes delas. Mas a genética é irrelevante. Primeiro, a ciência não pode fornecer uma justificativa racional para um argumento genético, porque, como mostrei repetidamente, a própria ciência é irracional. A ciência depende da sensação, indução e experimentação. Mas a sensação não é confiável, e uma epistemologia empírica é facilmente refutada. A indução é uma falácia formal e a conclusão nunca é uma inferência necessária das premissas. Quanto à experimentação, ela envolve um uso repetido da sensação e da indução, impulsionado por um método que se caracteriza pela falácia de afirmar o consequente, de modo que a coisa toda se transforma em uma conclusão arbitrária e impossível após a outra. Eles chamam isso de teorias científicas.
Mas por um momento, vamos fazer de conta que a ciência pode descobrir a verdade. Vamos fazer de conta que existem coisas como genes. Vamos fazer de conta que os genes são o que a ciência diz que são. Vamos fazer de conta que a ciência descobriu um gene associado à homossexualidade. Então vamos fazer de conta que o homem não pode mudar seus genes. Depois de todo esse faz de conta, o argumento ainda sofre de irrelevância. E daí se algumas pessoas nasceram homossexuais? E daí se elas não podem fazer nada? Isso não torna a homossexualidade correta e, igualmente, não torna a homossexualidade errada. É totalmente irrelevante. Não é a ciência que diz que algumas pessoas nascem mais violentas ou mais suscetíveis ao vício em álcool? Ah, não vou insistir nesse ponto, já que a ciência pode mudar seu veredicto amanhã, na próxima semana ou daqui a dez anos. Eles chamam isso de progresso científico.
A Bíblia diz que todos os homens nascidos depois de Adão são pecadores desde a concepção. Todos nascemos pecadores. Se algo é pecado, não tem nada a ver com nascimento, escolha ou liberdade. A definição cristã do pecado tem a ver com o mandamento de Deus. Se Deus diz que algo é errado, então é errado fazê-lo, independentemente do contexto ou escolha, e independentemente da liberdade. De fato, a Bíblia diz que o não cristão é incapaz de obedecer à lei de Deus. Se o pecado pressupõe a liberdade ou a capacidade de obedecer ao mandamento de Deus, ou não pecar, então todos os não cristãos já nascem sem pecado, já que todos eles são incapazes de obedecer a Deus, e não exigiriam salvação. No entanto, é precisamente porque eles são pecadores e incapazes de mudar que eles precisam de Jesus Cristo para salvá-los.
Se a homossexualidade está inseparavelmente ligada aos genes de uma pessoa, então isso significa que mesmo tornando-se cristã, ela ainda pode experimentar tentações nessa área. Ela ainda pode experimentar tentações, mesmo que não esteja ligada a seus genes. Se ela é tentada depois da conversão, a homossexualidade ainda é um pecado? É claro que sim. Esta pessoa foi salva do seu pecado? Certamente, se confiar em Cristo para salvá-la e no Espírito Santo para ajudá-la a superar suas tentações. O que é inaceitável é que essa pessoa negue que a homossexualidade é um pecado. No entanto, nosso pensamento não precisa parar por aqui. Se a homossexualidade está ligada aos genes de uma pessoa, isso significa apenas que Deus pode mudar os genes após a conversão. Por que não? E Deus pode libertar uma pessoa da homossexualidade mesmo sem mudar seus genes. Não há nada impossível para Deus. Mas se a pessoa falhar em receber a libertação nesse momento, ainda poderá praticar a resistência sem se render à tentação.
Há o argumento de que “há outros pecados”. Isso é uma defesa ou uma admissão? É claro que há outros pecados. Talvez o ponto seja que os cristãos não devam se focar tanto na homossexualidade. Minha primeira resposta é que nós não fazemos isso. Também falamos sobre incredulidade, inveja, ganância, assassinato, roubo e muitos outros pecados. Se eles pensam que só falamos sobre a homossexualidade, é porque só prestam atenção quando falamos sobre a homossexualidade. E minha segunda resposta é que, se eles querem que falemos menos ainda sobre a homossexualidade, e que busquemos dar aos outros pecados maior parcela de nossa atenção, então eles não deveriam gastar tanto tempo esfregando a homossexualidade na cara de todo mundo, tentando legitimá-la e exaltá-la.
Há o argumento de que “é idolatria”. Alguns sabichões que se dizem eruditos afirmam que, em um texto como Romanos 1, a Bíblia realmente condena a idolatria, já que a adoração pagã era comumente acompanhada de atos homossexuais. Ora, tenho a suspeita de que aqueles que iriam justificar a homossexualidade desse modo provavelmente encontrarão outra justificativa para as religiões pagãs se esse fosse o assunto em discussão. Em qualquer caso, o argumento falha porque a Bíblia se refere à luxúria dos homossexuais e chama suas relações de não naturais. Esses fatores são independentes da idolatria. A associação com a idolatria é significativa, mas é incidental e desnecessária. A homossexualidade pode ocorrer à parte da idolatria, e quando isso acontece, a luxúria ainda existe e a relação ainda é antinatural, ao contrário do que Deus considera natural. O argumento piora ainda mais as coisas para o lado dos homossexuais, pois chama a nossa atenção ao fato que Deus condena não só o ato manifesto, mas também o próprio desejo dos homossexuais.
Isso nos leva ao argumento “não é da sua conta”, que está ligado a muitos outros argumentos: “Se existe amor, não é da sua conta. Se não faz mal, não é da sua conta. Se houver consentimento, isso não é da sua conta”. Assim, eles dizem: “O que lhe dá o direito de interferir em nossos assuntos?”. Minha resposta deve nos lembrar que nossa discordância é realmente um efeito de um desacordo anterior e mais amplo — é um resultado do choque entre a cosmovisão cristã e a cosmovisão não cristã, a base do pensamento e do julgamento cristão e a base do pensamento e do julgamento não cristão.
O tempo todo a fé cristã aborda a vida das pessoas e, quando isso acontece, fala aos próprios pensamentos, desejos e motivos das pessoas. Assim, quando Jesus falou sobre adultério, ele não quis dizer apenas o ato sexual evidente, mas a própria luxúria como sendo um pecado. A Bíblia certamente considera roubo e fraude como pecados, mas a cobiça também é condenada. Como cristão, eu prego a mensagem da Bíblia. Então é claro que sua vida é da minha conta e não apenas suas ações, mas seus próprios pensamentos. Ora, você não precisa me dizer suas ações, e eu não tenho poder para ver seus pensamentos. Você não é responsável perante mim — eu não sou aquele que vai mandar você para o inferno. Você é responsável perante Deus, mas ele quer que eu fale isso a você.
E isso também responde ao argumento “quem é você para julgar”. É o mesmo argumento que o povo de Sodoma usou quando tentou arrombar a porta de Ló para poder fazer sexo com os anjos formosos (Gênesis 19). Se Deus não tivesse dito uma só palavra sobre a homossexualidade, eu ficaria perfeitamente feliz em deixar você comer suas próprias fezes como os animais fazem. Assim, eu não sou o juiz, mas há quem julga, e é dele que eu estou lhe falando, e do que ele fará se você não se arrepender.
Portanto, o que Deus fará com o homossexual? A Bíblia é clara sobre isso, mas os não cristãos não querem ouvi-la. Muitos daqueles que se dizem cristãos se recusam a aceitá-la. Então Paulo diz: “Não se deixem enganar”. Não deixem alguém mentir para vocês e não minta para si mesmos sobre isso. “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Coríntios 6:9–10). Se você é um homossexual, Deus o coloca junto com idólatras, adúlteros, prostitutas, ladrões e assim por diante. Ele diz que se você é um homossexual, você irá para o inferno. É grande a tentação de discordar disso, ou de suavizar estas palavras, mas qualquer outra opinião não passa de engano.
Há esperança. A Bíblia continua: “Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (v. 11). Os coríntios foram algumas dessas pessoas. Eles eram idólatras, ladrões, adúlteros, homossexuais, indo em direção a punição eterna, dor, miséria e loucura sem fim. Jesus Cristo os salvou e os mudou, então eles não eram mais idólatras, não eram mais ladrões, não eram mais adúlteros e não eram mais homossexuais.
Considere alguém que passou toda a sua vida praticando bruxaria. A Bíblia ensina que Deus condenaria esse rebelde espiritual ao inferno. Depois que essa pessoa é convertida à fé cristã e antes de se tornar hábil nas coisas de Deus, pode permanecer uma forte tentação de voltar às coisas com as quais ela está familiarizada. Ela dependia deles para ter uma sensação de segurança, controle, poder, alívio das preocupações com o futuro e segurança quando enfrentava dificuldades na vida. A tentação em si não significa que sua conversão tenha falhado, mas significa que ela deve lembrar a si mesma que essas coisas em que costumava acreditar eram falsas e não confiáveis, e que deve prosseguir e crescer na fé. Ela deve aprender a confiar em Jesus Cristo tanto para esta vida como para a vida futura. A pior coisa que ela pode fazer é convencer-se de que a bruxaria não é de fato proibida.
É possível que o homossexual mude, e mesmo assim as tentações permaneçam. O convertido deve abandonar seu passado pecaminoso, seu falso amor e seus maus desejos, aprender a confiar em Jesus Cristo e desenvolver o tipo certo de amor e o tipo certo de relacionamentos. Quando as tentações vierem, resista. Quando as tentações vencerem, arrependa-se. Continue aprendendo. Continue tentando. Não desista. Não ceda à fadiga espiritual. Não fuja da culpa desculpando o pecado. A pior coisa que uma pessoa pode fazer é se convencer de que a homossexualidade não é de fato um pecado. Isso seria como um retorno à feitiçaria, ao assassinato, ao adultério e à idolatria. Essa pessoa se ilude se pensa que foi salva do inferno.
Como hoje uma parcela significativa da Igreja tolera a homossexualidade, devemos também considerar as condições das pessoas. A mesma passagem que diz que Deus derrama sua ira sobre os homossexuais também condena aqueles que os aprovam: “Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam” (Romanos 1:32). A condição delas é o mesma dos homossexuais, e a condição dos homossexuais é o mesma dos idólatras, assassinos, ladrões e adúlteros.
O que devemos fazer com um assassino não cristão? Nós pregamos a Cristo para ele, convocando-o a se arrepender e crer no evangelho. O que devemos fazer com quem se diz cristão, mas prega que o assassinato é aceitável a Deus, ou apoia assassinos para exercer o ministério? Nós o excomungamos e depois o tratamos como não cristão, porque é isso que ele é. A mesma política deve se aplicar aos homossexuais e àqueles que os apoiam. Nós pregamos o arrependimento a homossexuais não cristãos, excomungamos cristãos professos que toleram a homossexualidade, e também excomungamos aqueles que se recusam a excomungá-los.
Com excomunhão, quero dizer que devemos declará-los como não cristãos, que devemos declarar que Deus os mandará para o inferno, que devemos evitá-los em todas as transações sociais e comerciais sempre que possível, e que devemos removê-los fisicamente instalações da igreja e do seminário. A única maneira de recuperar a comunhão com os crentes é renunciar à sua opinião anterior e declarar que a homossexualidade é de fato um pecado, e que aceitá-la é também um pecado, e oferecer uma profissão informada e sincera em Cristo, que a retidão é como Deus define, e apesar de todos terem falhado, Cristo nos introduz no reino dos céus, dando-nos fé nele.
Vincent Cheung. Homosexuality and the Wrath of God. Disponível em Sermonettes — Volume 1, pp. 93–98. Traduzido por Luan Tavares.