Diversidade Religiosa

As Obras de Vincent Cheung
5 min readDec 23, 2020

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Por meio do nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem os senhores crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos, este homem está aí curado diante dos senhores. […] Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos. (Atos 4:10, 12)

A diversidade religiosa é frequentemente retratada como uma característica da vida moderna, e é considerada como um sinal de progresso no conhecimento e no caráter desfrutar da variedade. De alguma forma, pensa-se que quanto mais uma pessoa é exposta a múltiplas opiniões, mais ela deve ser considerada ignorante e arrogante se continuar a afirmar a sua própria como a única verdade. Mas um não implica o outro. Tudo depende da natureza dessas opiniões. Pode ser que quanto mais uma pessoa é exposta a eles, mais ela percebe a sabedoria de sua própria posição e a loucura das alternativas.

Em qualquer caso, a diversidade religiosa não é nova. Os apóstolos não precisaram viajar para a China, a Índia ou o Novo Mundo para serem expostos a outras religiões e filosofias. Eles viveram em uma época em que as culturas grega e romana eram proeminentes, e a história de seu próprio povo era marcada pela idolatria. Pessoas foram expostas a muitas opiniões e culturas desde Gênesis. Os profetas e apóstolos entendiam a diversidade religiosa, mas eles a rejeitaram.

Esta deve ser uma das coisas que definem um Cristianismo autêntico. Não há verdadeira fé cristã, nem compromisso verdadeiro com Cristo, sem uma rejeição da diversidade religiosa. Uma mulher não pode dizer: “Eu prometo permanecer fiel ao meu marido, mas pretendo estar com muitos homens”. Não, se ela permanecer fiel a um, ela deve rejeitar todos os outros. Um monoteísta não pode dizer: “Eu acredito que existe um Deus, mas eu aprecio o ponto de vista daqueles que acreditam que existem muitos deuses”. Não, se ele acredita que existe um Deus, então ele deve declarar que todos os politeístas estão errados. Da mesma forma, um cristão deve ser contra todas as religiões não cristãs, ou ele não pode ser um verdadeiro cristão. Ele deve negar que a diversidade religiosa é um ideal, e deve negar que a tolerância religiosa é uma virtude.

Deus definiu a verdadeira religião de uma maneira específica e restrita. Pedro diz que o caminho para a salvação está em Jesus, que é chamado de Cristo, o Messias profetizado. Ele se refere ao de Nazaré, aquele a quem os judeus crucificaram, que morreu, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos. A salvação vem através dessa pessoa e de ninguém mais, porque não há outro nome dado aos homens pelo qual eles devem ser salvos. Tudo isso é dito em nosso breve texto e reforçado em todo o Antigo e Novo Testamentos, com os profetas como precursores que denunciaram todas as religiões não bíblicas.

Este assunto é de tal gravidade que eu insistiria que todos aqueles que demonstram a menor simpatia pelas religiões não cristãs devem ser julgados perante as cortes da igreja e envergonhados perante a comunidade da aliança. Isto deve ser urgentemente feito especialmente se forem líderes e mestres. Eles devem ser imediatamente expulsos das dependências da igreja e do seminário, e cortados de toda associação com os crentes. Ora, isto é declarado apenas como uma questão de princípio, já que não tenho nenhuma expectativa de que isso será realizado em um futuro próximo. Não tenho confiança de que os cristãos tenham coragem e zelo para impor a palavra de Deus. Os cristãos não são fortes o suficiente, não são fiéis o suficiente e não se importam com o Senhor Jesus o suficiente. Eles nem mesmo gostam muito dele.

Assim, a diversidade religiosa floresce, junto com a tolerância e a desobediência. No entanto, enquanto a diversidade religiosa não é uma coisa boa em si, na providência de Deus pode servir para beneficiar uma igreja infiel. A diversidade religiosa floresce porque a igreja é fraca, porque é defeituosa em doutrina e prática. Essas são as mesmas falhas que permitem que falsos crentes permaneçam em nossas congregações. Mas porque a diversidade religiosa floresce, e porque a tolerância é considerada uma virtude, essa mesma tendência cultural que foi ativada pela desobediência da igreja também ajuda a expor e afastar alguns dos falsos crentes em nossas congregações.

Na minha opinião, e não estou sozinho nisto, os falsos crentes constituem a maioria dos membros da igreja hoje, provavelmente uma grande maioria. Por essa mesma razão, os não cristãos estão no controle dos bens, credos, políticas e programas da igreja. Isto é vividamente ilustrado pelo número de denominações que agora votaram para permitir que os homossexuais se tornassem ministros ordenados. Aqueles que contribuíram para isso não são cristãos, incluindo aqueles que fizeram campanha e votaram pela mudança, e aqueles que falaram por ela e a aprovaram. A igreja tem sido um lugar confortável para os incrédulos devido à sua fraca pregação e políticas inúteis. Mas agora podemos saber quem são esses incrédulos — podemos conhecer muitos deles pelo nome.

A diversidade religiosa proporciona uma distração da verdade e uma tentação para aqueles cujos corações não se apegam ao Senhor. É mais provável que um falso crente permaneça onde está e acompanhe os outros ao seu redor se não vir outra opção. Mas a diversidade ajuda a expor aqueles que não são verdadeiros em sua fé. No momento em que os cristãos são fracos e infiéis, a diversidade ajuda a desacelerar uma tomada silenciosa de toda a Cristandade pelos incrédulos. E também obriga os verdadeiros crentes a permanecerem alertas, a se tornarem decisivos na prática, precisos na doutrina e vigilantes na oração e no ministério.

Pergunte a uma pessoa o que ela pensa sobre a diversidade religiosa e você conhecerá seu coração. Pergunte a um pregador ou teólogo se ele acha que há algo que podemos aprender com religiões não cristãs, e você saberá se deve recebê-lo em sua casa ou jogá-lo na rua. Pergunte a uma igreja se ela insiste que a fé em Jesus Cristo de Nazaré é o único caminho para a salvação, a única maneira de escapar da dor e do fogo sem fim, e você saberá se é uma igreja de Deus ou uma sinagoga de Satanás. Assim, em nossa fraqueza, Deus transforma uma arma do diabo em uma ferramenta em nossas mãos, para que seu povo escolhido não seja destruído e exterminado.

Vincent Cheung. Religious Diversity. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), pp. 64–65. Tradução: Luan Tavares (23/11/2018).

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Written by As Obras de Vincent Cheung

Vincent Cheung é um pregador e escritor cristão. Ele e sua esposa moram nos Estados Unidos. “Tudo é possível ao que crê.” (Marcos 9:23)

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