Deus está Sempre Certo

Tu és justo, SENHOR, quando apresento uma causa diante de ti. Contudo, eu gostaria de discutir contigo sobre a tua justiça. Por que o caminho dos ímpios prospera? Por que todos os traidores vivem sem problemas? (Jeremias 12:1)

É assim que devemos perguntar quando nos aproximamos de Deus sobre o que nos perturba. Jeremias tinha uma pergunta sobre a justiça de Deus, mas ele não se aproximou como se a justiça de Deus fosse questionável. Era uma verdade estabelecida que Deus é justo. Deus se revelou como alguém justo, onipotente, onisciente e assim por diante. Quando desejamos entender melhor uma doutrina, evento ou situação, trazemos esses atributos divinos e os aplicamos à pergunta. É a natureza de Deus que explica tudo o mais, e nunca o contrário. Visto que Deus é quem define, cria, causa e controla todas as coisas, interpretamos todas as coisas à luz de sua natureza divina.

Deus respondeu: “Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (v. 5). Ele não simpatizou com a atitude do homem. Ele não expressou compreensão pela frustração do homem. Ele não cedeu à dúvida, autopiedade e indignação do homem. Em vez disso, ele culpou o homem por essas coisas e o desafiou a se elevar acima delas.

É assim que devemos responder quando as pessoas nos abordam sobre o que as preocupa. Nunca devemos tolerar sua dúvida, autopiedade e indignação. Nunca devemos concordar que eles possam ter motivos para vacilar sobre a bondade e a justiça de Deus. Em vez disso, consideramos estabelecidas e inegociáveis ​​as coisas que Deus revelou sobre si mesmo, e confrontamos e repreendemos aqueles que fazem perguntas que os desafiam. Nunca devemos recomendar suas perguntas, não importa o quanto estejam sofrendo. Se mostrarmos qualquer simpatia para com a incredulidade e a blasfêmia, então já estamos derrotados e nos desqualificamos para fornecer ajuda real àqueles que tropeçam.

Devemos manter constante a natureza de Deus e explicar todas as coisas por meio dela. Os cristãos frequentemente falham em pensar dessa maneira. Por exemplo, eles diriam que Deus é soberano, e isso parece torná-lo o autor do pecado. Mas visto que ele é justo, isso significa que ele não pode ser o autor do pecado. Em vez de explicar todas as coisas pela natureza de Deus, eles permitiram que sua interpretação dos efeitos e circunstâncias neste mundo determinasse os significados e implicações dos atributos divinos. Eles definiram Deus pela criação. Essa é a essência da idolatria. Em vez disso, devemos manter constante a natureza de Deus, que ele é soberano e justo. O fato de ele ser soberano deve significar que ele é o autor de todas as coisas, incluindo o pecado e o mal. E o fato de que ele é justo deve significar que é justo para ele ser o autor do pecado e do mal.

Por que os ímpios prosperam? Se mantivermos constante a verdade de que Deus é justo, isso significa que é justo para ele que os ímpios prosperem. Mesmo que não saibamos como pode ser isso, essa deve ser a resposta. E uma vez que Deus é quem define a justiça, não há definição superior de justiça pela qual contestar isso. Mas a Bíblia realmente nos diz como Deus é justo na prosperidade dos ímpios. Como o Salmo 73 ensina, ele prospera os ímpios a fim de enredá-los em sua impiedade, para aumentar a culpa deles, de modo que eles caiam na condenação e sofram tortura no inferno para sempre.

Algumas perguntas não devem mais ser feitas, porque a Bíblia deu respostas definitivas para elas. Como cristão, eu nunca devo perguntar como uma pessoa pode ser salva, como se eu nunca tivesse lido a resposta da Bíblia ou como se sua resposta fosse inconclusiva. Eu sei que uma pessoa é salva pela fé em Jesus Cristo. Da mesma forma, ninguém deve reclamar da prosperidade dos ímpios e exigir uma explicação de Deus. Para começo de conversa, ninguém pode exigir uma resposta dele. Mas ele respondeu a esta pergunta, assim como a muitas outras. Nossa tarefa é estudar suas respostas e desafiar outros a aceitá-las.

Vincent Cheung. God is Always Right. Disponível em Sermonettes — Volume 6 (2012), pp. 29–30. Tradução: Luan Tavares (21/02/2021).

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