Deus e a Linguagem
Vincent Cheung, Captive to Reason (2009).¹
A linguagem é sempre adequada para expressar qualquer coisa. A verdadeira questão é se a mente pode conceber algo. Se você pode pensar sobre algo, você pode designar qualquer signo para representá-lo. Em princípio, você pode usar “X” para representar o conteúdo de um livro inteiro. Não há nada intrinsecamente contraditório ou impossível nisso.
Segue-se que a própria linguagem é adequada para dizer qualquer coisa sobre Deus — estou certo de que Deus pode verbalizar qualquer coisa sobre si mesmo. Novamente, “X” é linguagem e pode representar qualquer pensamento, então a limitação está na mente da pessoa, não na própria linguagem. Não estou dizendo que podemos saber ou pensar tudo sobre Deus. Como ele é infinito, sempre há mais para saber ou pensar sobre ele que ainda não sabemos ou pensamos sobre ele. Mas tudo o que podemos saber ou pensar sobre ele, podemos dizer sobre ele.
Quanto à linguagem positiva e negativa sobre Deus, há aqueles que insistem que pelo menos algumas coisas sobre Deus podem ser expressas apenas em linguagem negativa. Isso não é verdade. Eu posso facilmente transformar em linguagem positiva tudo o que é dito sobre Deus em linguagem negativa.
Por exemplo, R. C. Sproul disse uma vez que dizer que Deus é “imutável” é uma linguagem negativa, que como somos humanos, sabemos apenas o que significa “mutável”, e que Deus não é “mutável”, de modo que é impossível expressar este atributo divino em linguagem positiva. Isso foi terrivelmente descuidado da parte dele — que tal dizer: “Deus sempre permanece o mesmo”? Essa é uma linguagem positiva e sabemos o que significa.
Algumas pessoas pensam que soa mais piedoso ou reverente dizer que não podemos falar sobre Deus em termos positivos, mas isso é biblicamente e filosoficamente falso e desnecessário.
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¹ O que se segue é uma é uma mensagem editada enviada em resposta a uma pergunta sobre o tópico.
Vincent Cheung. Captive to Reason (2009), p. 67. Tradução: Luan Tavares (27/06/2021).
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