Cura e Soberania de Deus
Vincent Cheung, Sermonettes — Volume 9 (2016).
Quando os cristãos se referem à soberania de Deus no contexto de milagres de cura, geralmente é para explicar por que a cura raramente ou mesmo nunca ocorre — para eles. A doutrina quase sempre é usada para ensinar, não com essas palavras, mas com efeito, que Deus quase nunca responde às orações, ou que Deus quase nunca dá o que você pede. A soberania de Deus é uma doutrina de vitória constante e definitiva — triunfo infinito, avassalador e espetacular — mas é frequentemente usada como uma explicação para a derrota. Por que não dizer que Deus responde às orações, que nos dá o que lhe pedimos e, por ser soberano, ninguém pode impedi-lo?
Nunca conheci alguém que diga “Deus é soberano”, e prossiga com “Portanto, quando eu oro pelos enfermos, mais de cinquenta por cento recebem cura”, ou mais de noventa por cento, ou cem por cento. Os cristãos ou aceitam a derrota e culpam a soberania de Deus, ou conquistam a vitória e rejeitam a soberania de Deus. Por quê? Por que não conquistar a vitória porque afirmamos a soberania de Deus? “As pessoas recebem cura quando eu oro com fé, e às vezes elas recebem cura mesmo quando eu não tenho fé, porque Deus é soberano”. Por que não dizer isso?
Em vez disso, quando alguém diz “Deus é soberano”, isso geralmente é seguido por algo deprimente. Embora a Bíblia diga a ele o que esperar, ele insiste que nunca sabe o que aconteceria. Talvez um por cento fosse curado, ou ninguém seria curado. Ele diria: “Deus é soberano, então alguém pode não receber a cura mesmo quando eu oro com fé”. De alguma forma, a doutrina da soberania divina significa que Deus nunca faz nada de bom para você, ou raramente faz. A Bíblia, por outro lado, me diz que Deus fará mais do que eu posso pedir ou pensar. A doutrina da soberania divina me capacita a esperar mais, não menos.
Vincent Cheung. Healing and God’s Sovereignty. Disponível em Sermonettes — Volume 9 (2016), p. 80. Tradução: Luan Tavares (14/06/2021).