Começando no Ministério de Cura
Há muitas maneiras de ministrar e receber a cura. Desde que não seja contra os princípios bíblicos, qualquer método é aceitável. A unção com óleo é uma maneira, mas não é necessária. Mesmo aqui, Tiago diz que é a oração da fé que cura o doente, e é o Senhor quem o levanta (Tiago 5:15). As pessoas têm preferências diferentes e, embora haja apenas um Deus, existem diferentes operações (1 Coríntios 12:4–6). Em todos os aspectos do ministério, eu minimizo o uso de meios, ferramentas e rituais, então sempre que depender de mim, eu não uso óleo.
Quando comecei, quase sempre eu colocava as mãos sobre os enfermos. Jesus parecia preferir esse método também (Lucas 4:40). Tanto Jesus quanto Paulo provavelmente o consideraram o método mais confiável (Marcos 6:5, Atos 28:8). No entanto, quando as pessoas começaram a receber cura em seus assentos enquanto eu falo, e quando começaram a receber cura enquanto estavam perto de mim quando eu as entrevistava sobre suas condições antes de impor as mãos sobre elas (Atos 5:15), eu parei de tocá-las com muita frequência. Se a cura começa quando eu falo com elas, então recuo e digo às pessoas que Deus está curando, ou repreendo a doença e ordeno que o corpo seja curado. Isso é mais comum em reuniões públicas. Ao orar pelos enfermos em particular, meu método principal ainda seria impor as mãos sobre eles.
Deus pode curar de maneiras incomuns. Eliseu disse a Naamã para se lavar sete vezes no Jordão (2 Reis 5:10). Mais tarde, um homem morto foi revivido quando foi jogado na tumba de Eliseu e tocou os ossos do profeta (2 Reis 13:21). Paulo poderia enviar tecido que tocou seu corpo, e os enfermos eram curados (Atos 19:11–12). Jesus cuspia nos enfermos e eles seriam curados (Marcos 7:33, Marcos 8:23, João 9:6), mas ele não fazia isso o tempo todo.
A Bíblia inclui esses exemplos, mas Deus pode curar de muitas maneiras. Um homem com câncer de estômago, acompanhado de seu médico, foi levado em uma maca para um evangelista. O pregador deu um soco tão forte no estômago dele que o homem quicou um pouco para fora da cama. O médico pensou que o homem tinha morrido, mas um minuto depois, ele foi curado, levantando-se e louvando a Deus. O mesmo evangelista jogou uma criança aleijada de um palco e a criança caiu de pé, curou-se e andou sozinha. Às vezes, as pessoas vêm com partes do corpo dobradas de maneira anormal, incapazes de movê-las ou endireitá-las (Lucas 13:11), talvez devido à artrite, lesão ou outra coisa. Em alguns casos, simplesmente agarramos os membros e os dobramos de volta às posições adequadas, e elas seriam curadas. Na verdade, isso não é raro, e eu mesmo fiz isso.
No entanto, alguns métodos são padrão e não há necessidade de buscar o dramático. A menos que haja orientação especial para um caso específico, escolha aquele que a Bíblia ensina como uma abordagem padrão (imposição de mãos, unção com óleo, uma oração de súplica, falando à doença e ao corpo), e que seja o mais consistente com sua personalidade e nível de fé. Se a pessoa enferma especificar um método, use esse método, a menos que haja um motivo para recusar. Por exemplo, eu posso evitar tocar em uma mulher ou criança quando não houver testemunhas, mesmo que seja solicitado a fazer isso. Embora eu prefira orar sem recursos, se o enfermo me pedir para ungir com óleo com base em Tiago 5, então eu o faria.
Isso segue o padrão de Jesus. Quando os enfermos lhe pediram para impor as mãos sobre eles, ele impôs (Marcos 5:23, Marcos 7:32). Quando eles lhe pediram para ir a suas casas, ele foi (Marcos 5:23–24). Quando eles lhe disseram para não vir às suas casas, mas apenas falar a palavra, ele o fez (Mateus 8:5–13). No caminho, quando uma mulher decidiu que seria curada tocando em suas vestes, ela foi em frente e tocou. Ela recebeu a cura dele sem pedir (Marcos 5:25–29). Ela não precisava de permissão — a fé é a permissão (Hebreus 11:1). Quando Jesus percebeu o que aconteceu, ela já estava curada e ele olhou em volta para encontrá-la (Marcos 5:30–34). Quando uma mulher lhe pediu para curar sua filha, e ele disse que não tinha sido enviado para pessoas como ela, ela disse para atendê-la mesmo assim, e ele a atendeu (Mateus 15:22–28).
Deus é soberano — este é um pressuposto inegociável em nossa reflexão teológica. No entanto, embora a Bíblia ensine uma doutrina da transcendência divina, e este seja o contexto metafísico para todo o restante, ela geralmente fala na linguagem da imanência divina quando se refere ao relacionamento de Deus com as pessoas — ele interage e até mesmo responde a nós no tempo e história — e, portanto, também devemos falar normalmente neste nível. É claro que a natureza divina forma a base de nossa reflexão, e sempre é assumida, mas seria estranho e desnecessário sempre tentar falar na língua ou da perspectiva da eternidade e da atemporalidade. Deus condescende em interagir conosco no tempo e na história onde vivemos.
Assim, eu oro e ele responde. Eu ajo e ele responde. Abraão, Moisés, Ezequias e outros negociaram com ele. Não há nada de errado com isso. A Bíblia não é um decreto eterno, o tempo todo, como se fosse escrita para o próprio Deus ler. Uma vez que certas verdades são assumidas, podemos falar livremente como criaturas que vivem no tempo e na história, sem comprometer essas verdades. Por exemplo, embora nada aconteça fora da vontade e do poder de Deus, não é errado dizer que a doença vem do diabo e que devemos combatê-la pela fé e oração (Atos 10:38). Na verdade, a Bíblia exige que pensemos e falemos dessa maneira.
Deus é soberano, mas Jesus não atribuiu a cura à vontade soberana de Deus. Ele fez questão de creditar a fé das pessoas (Mateus 9:22 e 29, Marcos 5:34 e 10:52, Lucas 8:48, 17:19, 18:42). O mesmo é verdade com Lucas, Paulo e Tiago (Atos 14:9, Gálatas 3:5, Tiago 5:15). E em muitas ocasiões, ele foi praticamente ditado pelo que a fé do povo queria que ele fizesse. Isso é o oposto do que muitas pessoas creem. Refiro-me àqueles que são iletrados em operações espirituais (1 Coríntios 12:1). Se eles creem que a cura acontece, eles tendem a atribuir tudo isso à soberania de Deus, e raramente à fé. Isso é o oposto de como a Bíblia representa a situação.
Deus é soberano, e há muitas pessoas que exploram a doutrina para desculpar sua incredulidade e justificar a mentalidade de vítima. Como Deus é soberano, elas acham que isso significa que nunca sabemos o que ele fará, ou que tragédia terrível ele enviará sobre nós a seguir — para sua glória e prazer, é claro, e por algum motivo ele parece obter muita glória e prazer do nosso sofrimento. Por outro lado, a Bíblia usa a doutrina da soberania divina para nos assegurar que os propósitos de Deus sempre se cumprirão e que ele sempre cumprirá suas promessas, não apenas quando se trata do grande esquema das coisas,¹ mas também de nossas vidas individuais. A soberania de Deus é a base para saber o que ele fará e crer que receberemos boas dádivas dele.
Uma vez que Deus promete fazer algo, ele não faz outra coisa “soberanamente”. Se ele fosse fazer outra coisa, ele teria soberanamente dito outra coisa. No entanto, parece que a maioria das pessoas que abraçam a doutrina da soberania divina crê que, na verdade, Deus soberanamente quebra suas promessas, e que ele as quebra regularmente. A doutrina desculpa seus caprichos e desculpa nossa falta de fé. Se é assim que uma pessoa aplica a doutrina, então seria melhor para ela não tê-la aprendido para começo de conversa. Deus fará exatamente o que disse que faria. Por ser soberano, ninguém o obrigou a dizer isso. E como ele é soberano, ninguém pode impedi-lo de fazer o que disse.
A Bíblia nos ensina a assumir a responsabilidade por nossa fé e nossas vidas. Isso é verdade para a santidade. Tiago diz, quando você for tentado, não diga que Deus o está tentando, mas considere suas concupiscências (Tiago 1:13–15). Ele também diz: submetam-se a Deus, resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês (Tiago 4:7). Resista a ele. Você faz isso, não Deus. E Satanás fugirá de você, não de Deus. A Bíblia assume a mesma postura quando se trata da cura. Não jogue a soberania de Deus de volta na cara dele e finja que isso é humildade. Muitas pessoas se rendem às circunstâncias, pensando que por isso estão se submetendo à vontade de Deus. Mas a Bíblia nos diz para lutar! E porque Deus é soberano, nós venceremos.
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¹ Nota do Tradutor: The grand scheme of things (“o grande esquema das coisas”) é uma expressão idiomática. Significa que quando você coloca as coisas em perspectiva, levando tudo em consideração, às vezes o que antes era considerado significativo não é muito significativo.
Vincent Cheung. Beginning in Healing Ministry. Disponível em Sermonettes — Volume 8 (2015), pp. 66–68. Tradução: Luan Tavares (09/08/2020).
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